Jornalismo cultural, arte e crítica

É verdadeiro e notório emissoras como a Rede Globo usarem do seu poder de comunicação para divulgar seus próprios produtos culturais. É o que afirma o jornalista e mestre em Comunicação Social pela Metodista de São Paulo, Franthiesco Ballerini, que escreveu o artigo "Quando o jornalismo cultural vira sinônimo de entretenimento" na edição 926 do Observatório da Imprensa. E esses merchandising acontecem durante toda a programação, o que é normal em qualquer emissora.

Preocupante é esse jornalismo cultural que se transforma apenas em diversão, como aponta o autor, que ressalta: “o jornalismo cultural da TV Globo é, por definição e prática, sinônimo de entretenimento”. Isso não deixa de ser um risco para empresa e um prejuízo à informação a ser transmitida à população.

Além disso, os críticos de arte têm um espaço restrito na Rede Globo. Ballerini menciona que as crônicas do jornalista Nelson Motta sempre tendiam para o entretenimento, em todas as áreas culturais. Para o autor, a crítica na emissora soa como falar mal, sendo melhor não fazê-la.

Sabem os diretores de jornalismo da emissora que as críticas abrem as cabeças das pessoas para o novo e podem refletir em posturas contrárias do público ao que expõe a TV. Mas fazer análise com critérios é necessário, como diz o crítico Jean-Claude Bernardet: “Criticar é pôr a obra em crise. E pôr em crise a relação da obra com outras obras. A relação do autor com a obra. A relação do espectador com a obra. A relação do crítico com a obra”.

Enquanto a Globo evidenciar apenas o entretenimento a credibilidade jornalística é prejudica.